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Cefaléia sinusal ou Enxaqueca ?

Atualizado: 5 de mai.


Hoje trazemos o resumo do artigo “Rhinogenic and sinus headache – Literature review”, publicado no American Journal of Otolaryngology, em 2021, que trata das cefaléias rinogênica e sinusal, com destaque para a questão: cefaléia sinual ou enxaqueca?



Objetivo

Revisar a literatura sobre cefaleia rinogênica e cefaleia sinusal, diferenciando suas causas, critérios diagnósticos e possibilidades terapêuticas, com ênfase no alto índice de diagnósticos equivocados de enxaqueca como “sinus headache”.




Diagnóstico diferencial entre cefaléia sinusal e migrânia .


Metodologia



Revisão estruturada de literatura com busca na base PubMed. Dos 6035 artigos inicialmente identificados, 52 estudos foram incluídos com base em critérios de relevância clínica e diagnóstico diferencial.





Definição e Fisiopatologia



  • A cefaleia rinogênica foi historicamente associada a pontos de contato mucoso, hipóxia sinusal e pressão por pólipos.

  • A dor referida por estímulos em mucosa nasal ativa vias do nervo trigêmeo, levando à percepção errônea da localização da dor.

  • A substância P, liberada nos reflexos axonais, contribui para a dor e inflamação neurogênica, mimetizando enxaqueca.

  • Contudo, pontos de contato mucoso também ocorrem em indivíduos assintomáticos, e sua presença nem sempre se correlaciona com a dor.






Diagnóstico



  • O termo “sinus headache” foi abandonado pela ICHD-3 (2018) por ser inespecífico.

  • Para classificar cefaleia como secundária à rinossinusite, todos os critérios diagnósticos da ICHD-3 devem ser atendidos, incluindo relação temporal entre dor e sinais inflamatórios, alívio com tratamento e localização ipsilateral à patologia.

  • A endoscopia nasal e a tomografia dos seios paranasais são essenciais para diagnóstico preciso.

  • A maioria das chamadas “cefaleias sinusais” são, na verdade, enxaquecas com sintomas autonômicos (congestão, lacrimejamento), levando a erro diagnóstico em 50–80% dos casos.





Diagnósticos Diferenciais Importantes



  • Enxaqueca

  • Hemicrania contínua

  • Nevralgia do trigêmeo

  • Cefaleia tensional

  • Cefaleia por uso excessivo de medicamentos

  • Arterite temporal

  • Disfunção temporomandibular






Tratamento



  • Triptanos são eficazes para enxaqueca mesmo em pacientes com sintomas “rinossinusais”.

  • A cirurgia para pontos de contato mucoso pode ser benéfica em pacientes selecionados, principalmente aqueles com dor refratária, sem inflamação nasal evidente e com melhora após anestesia tópica.

  • Estudos mostram melhora significativa da dor pós-cirurgia, especialmente quando há desvio septal com contato na parede lateral.






Conclusões



  • A maioria das “cefaleias sinusais” é, de fato, enxaqueca.

  • O diagnóstico incorreto atrasa o tratamento e prejudica a qualidade de vida.

  • A avaliação otorrinolaringológica deve incluir história clínica detalhada, endoscopia nasal e TC, especialmente nos casos refratários.

  • A cirurgia pode ser uma opção terapêutica eficaz, mas deve ser indicada com cautela.



 
 
 

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