“Síndrome de Down e a Otorrinolaringologia Pediátrica”
- Pâmella Marletti
- 14 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de jan.
“Síndrome de Down e a Otorrinolaringologia Pediátrica”, publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria em junho de 2024, aborda as manifestações otorrinolaringológicas comuns em crianças com Síndrome de Down (SD) e destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar para o manejo dessas condições.
Metodologia:
O documento é uma revisão narrativa que compila informações de estudos anteriores e diretrizes clínicas sobre as particularidades otorrinolaringológicas em pacientes pediátricos com SD.
Resultados:
As principais manifestações otorrinolaringológicas identificadas em crianças com SD incluem:
• Perda Auditiva: Presente em até 75% das crianças com SD, podendo ser de natureza condutiva, neurossensorial ou mista. Fatores contribuintes incluem estenose do meato acústico externo, disfunção da tuba auditiva e malformações cocleares.
• Otite Média Secretora (OMS): Alta prevalência devido a anormalidades anatômicas e funcionais da tuba auditiva, levando a efusões na orelha média e potencial perda auditiva.
• Distúrbios Respiratórios do Sono (DRS): Aproximadamente 30% a 60% das crianças com SD apresentam apneia obstrutiva do sono (AOS), associada a fatores como macroglossia, hipoplasia mandibular, hipotonia muscular e hipertrofia de tonsilas.
• Obstruções das Vias Aéreas Superiores: Hipertrofia do anel linfático de Waldeyer e hipoplasia de seios paranasais podem levar a rinossinusite crônica e dificuldades respiratórias.
• Distúrbios de Linguagem e Deglutição: Alterações na motricidade oral e hipotonia podem resultar em dificuldades na fala e na deglutição, aumentando o risco de aspiração e infecções respiratórias.
Discussão:
O documento enfatiza a necessidade de avaliações auditivas regulares, com recomendações de triagens auditivas semestrais até os quatro anos de idade e, posteriormente, avaliações anuais. Destaca-se também a importância de monitorar e tratar precocemente a OMS para prevenir perdas auditivas permanentes. Em relação aos DRS, recomenda-se a realização de polissonografia em crianças com SD que apresentem sintomas sugestivos, visando diagnóstico e intervenção precoces. O manejo das obstruções das vias aéreas superiores pode incluir tratamentos clínicos e, em casos necessários, intervenções cirúrgicas, sempre considerando as particularidades anatômicas e possíveis comorbidades presentes na SD. A abordagem multidisciplinar, envolvendo pediatras, otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos e outros especialistas, é fundamental para o acompanhamento integral dessas crianças, visando melhorar sua qualidade de vida e desenvolvimento.
Fonte e Referência:
O documento completo pode ser acessado no site da Sociedade Brasileira de Pediatria.
ou no link -
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